sábado, 30 de setembro de 2017

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Pará vai em busca de parcerias na Ásia
Estado que aumentar exportações e obter investimentos para a Ferrovia Paraense
Foto: O Liberal/Arquivo






Por: O Liberal17 de Setembro de 2017 às 09:55Atualizado em 17 de Setembro de 2017 às 10:59
Há 15 dias do encerramento da 9ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o governador Simão Jatene cumpre, a partir da próxima semana, extensa agenda na China e Indonésia, com a meta de fechar parcerias para garantir novos investimentos em infraestrutura e fortalecer ainda mais a relação comercial com os chineses. Entre os encontros, estão previstas reuniões com a direção da China Communications Constructions Company (CCCC), uma das líderes mundiais em construção e projetos de infraestrutura, com mais de 100 anos de experiência.
O momento é oportuno. No encerramento da 9ª Cúpula do Brics, o presidente chinês Xi Jinping informou que a China vai destinar US$ 500 milhões para um fundo de assistência de cooperação Sul-Sul. Os países emergentes responderam por 80% do crescimento global no ano passado.
Atualmente, a China é o principal destino das exportações do Pará. Somente em 2016, as empresas chinesas importaram do Pará mais de US$ 3,5 bilhões em produtos do Estado, gerando participação de um terço (33%) do total das exportações paraenses. Em 2017, entre janeiro e agosto, a China aumentou ainda mais sua participação e já abocanha 40% das exportações. Nos primeiros oito meses do ano, o Pará vendeu para a China mais do que em todo o ano de 2016: já foram mais de US$3,6 bilhões em produtos, de um total de US$ 9,2 bilhões.
Em 2016, o Pará registrou o terceiro melhor saldo da Balança Comercial Brasileira. No mesmo período, o Brasil registrou saldo de US$ 42 bilhões. Em relação a 2015, ao contrário do Brasil, que registrou queda de 3% nas exportações, o Pará apresentou variação positiva de 2,3% nesse componente O principal item da pauta de exportação paraense ainda é a mineração, com participação de 83%, sendo que o minério de ferro responde por 38% das vendas para o exterior.
O deslocamento da equipe paraense começa em São Paulo, na terça-feira, 19, com chegada a Pequim, na China, na quarta-feira, 20, à noite. Já no dia seguinte, o governador Simão Jatene terá encontro com a China Communications Constructions Company (CCCC), para apresentar o projeto da Ferrovia Paraense (Fepasa). Nos encontros, também estarão presentes os deputados estaduais Martinho Carmona (PMDB), Dirceu Ten Caten (PT), Lélio Costa (PCdoB), Milton Campos (PSDB) e Tiago Araújo (PPS). Os parlamentares já tinham agenda programada na China, atendendo convite do Parlamento de Xangai, e adaptaram a programação para também participar dos encontros em Pequim. 
O projeto da ferrovia despertou o interesse dos chineses após reunião entre o embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang e o secretário Adnan Demachki, em Brasília, há dois meses. “O Pará é um gigante na produção de minérios, tendo ainda grande capacidade de produzir alimentos, possui boa hidrologia, muitos rios e tem todas as condições de crescer ainda mais com a construção dessa ferrovia, escoando não só sua produção, mas a de outras regiões do Brasil”, completou Li Jinzhang. Agora, diretamente com executivos da CCCC, o Pará irá apresentar a Ferrovia Paraense e outras oportunidades de investimento no Estado.
“Nosso esforço é garantir mais parceiros interessados diretamente na ferrovia, o que garante mais logística. Com isso, possibilitamos o cenário ideal para a chegada de novos empreendimentos que ajudem na verticalização da nossa produção”, explica o secretário de Desenvolvimento, Adnan Demachki. Outro objetivo da missão é que o secretário de Desenvolvimento e a coordenadora de Relações Internacionais, Larissa Chermont, possam articular reuniões com investidores dispostos a conhecer mais o potencial paraense e intensificar as relações comerciais, atraindo investimentos e gerando empregos no Pará.
A Ferrovia Paraense atravessa a porção oriental do Estado de sul a norte em 1.312 quilômetros, devendo se conectar com a Ferrovia Norte-Sul, permitindo que esta chegue até o Porto de Barcarena, na Região Metropolitana de Belém, o mais próximo dos principais mercados: China, Europa e Estados Unidos.
Em busca de novas parcerias - Após as audiências na China, a comissão segue no domingo, 24, para a Indonésia, onde o Pará participa e marca posição como um dos estados da Amazônia na reunião anual do GCF Task Force, a Força Tarefa de Governadores para o Clima e Florestas (GCF), que desta vez ocorrerá em Balikpapan, na Indonésia e que está sendo definida como uma etapa preliminar das discussões que antecedem a COP 23, a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, que ocorrerá em novembro na Alemanha.