A URGÊNCIA DA REFORMA
Após os arroubos
das campanhas o silêncio volta reinar no pensamento daqueles que gritavam por
reforma política imediata. Eram dois grupos: Um composto pelos que buscavam o
primeiro mandato, o segundo pelos que pleiteavam a reeleição. Os primeiros com
pouca, ou sem experiência, os outros com excesso de experiência. Depois de
eleitos ambos esqueceram - se do que disseram, e os discursos acalorados não
têm mais eco no sensacionalismo midiático.
A reforma política não se faz
no “grito”, precisa ser legal e legítima. Não é com bravatas que se discute um
projeto de tamanho interesse social, sem um debate abrangente qualquer reforma
se tornará pífia. As discussões não podem se dar de forma demagógica, nem os
interesses individuais se sobreporem ao coletivo.
O Congresso sistematicamente
tem votado projetos de reformas eleitorais, todavia, é preciso que o Poder
Legislativo tenha vontade e disposição de colocar em discussão um verdadeiro
projeto de reforma política, e que todos os seguimentos da sociedade tenham assento
nas discussões.
O atual modelo está
estrangulado, e suas imperfeições ameaçam o sistema democrático, portanto, uma
reforma política não pode ser adiada por muito tempo, sobretudo, numa
democracia que ainda é incipiente, onde direitos são cotidianamente violados,
não só pelos cidadãos, mas pelas próprias instituições.
O Legislativo tem o dever de
propor um projeto de reforma política, essa competência está albergada na
Constituição Federal, portanto, legalmente não cabe a outra Instituição esta
iniciativa. Diante disto, é preciso que os parlamentares tenham o sentimento de
homens públicos e não se apequenem diante dos desafios e das responsabilidades
a eles atribuídas.
Considera - se temas
relevantes no projeto de reforma política: A unificação das eleições, o fim das
coligações proporcionais, a regulamentação da criação de partidos, o
financiamento das campanhas, o fim do voto obrigatório, a redução do mandato de
senadores, o fim da reeleição, entre outros.
A mudança do atual modelo
político é uma tarefa vital e inadiável, requerendo, união, esforço e vontade
de todos, sem isto é impossível se realizar uma reforma política que venha ao
encontro das aspirações popular. Nada mais sensato e oportuno do que a abertura
das discussões sobre o tema, não se pode protelar, sob pena do caos.
Geraldo
Gama
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