O BRASIL E O CAOS
Nesta
quarta – feira a Suprema Corte brasileira também conhecida como STF, reviveu as
senas de Kafka em a metamorfose, quando o escritor narra que o personagem
Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, e se viu metamorfoseado num
inseto, não um inseto qualquer, mas num inseto monstruoso. Essa foi a sensação
que teve a embrionária Democracia brasileira, assim como o povo deste país.
Sem
entrar no mérito da falta de Fumus boni iuris ou de Periculum
in mora na medida cautelar expedida pelo Ministro Marco Aurélio,
insistentemente alegadas por seus pares na citada liminar, objeto de suposto
embasamento para formares suas convicções e emitirem seus votos, o que se viu
foi um STF prosternado diante de um político, que aliás, é réu num processo por
peculato, ora tramitam justamente naquela instância.
A
notificação fora encaminhada à pessoa física do Senador Renan Calheiros, sua
condição naquela liminar não era de representante legal da Instituição Senado,
seu teor o afastava justamente da Presidência daquele Poder Legislativo em
razão das suas condições éticas e políticas contrastarem com a significância do
cargo. E o que se viu foi a falta de compostura de um homem que deveria se
portar como um Senador da Republica, e não como um bandoleiro que antes havia
por aquelas bandas nordestinas.
Renan
Calheiros deu mau exemplo de cidadania, provou que se esconde por trás do que
for para continuar praticando suas ilicitudes. Ficou claro sua afronta ao Poder
Judiciário, mesmo sendo o Chefe de um dos Poderes constituídos da República.
Sua ação violou os Art. 327 e 330 do Código Penal, portanto, esse cidadão teria
de ter sido preso.
Subserviência
do STF
Ouvir
ou não a voz da rua não entra em discussão, o Supremo deve julgar fatos não
atos. Porém, o que se viu foi uma afronta da Mesa do Senado e de Renan
Calheiros à Corte Suprema da Justiça brasileira, tudo isto sem qualquer
consequência penal, o que é lamentável.
Ao
convocar uma sessão para julgar a cautelar expedida por um dos membros daquela
corte, a Presidente do STF disse: “ quando alguém se recusa a receber um
oficial de justiça com uma notificação, esta pessoa está virando às costas à
justiça”. Ora, Calheiros não só virou as constas para a justiça, como a colocou
aos seus pés.
Com um
Supremo pusilâmine, o resultado não poderia ser outro, ou seja, cassaram a
liminar, e junto violaram a Carta Magna, como se a Constituição Federal fosse
apenas um estatuto de associação de moradores de bairro periférico.
Será
que houve acordo? O Ministro Marco Aurélio em reportagem para o jornal O GLOBO
afirmou que antes da sessão já havia um acordo para cassar a liminar, o que em
outras palavras foi jogo de carta marcada, tendo a sociedade como uma plateia
idiota.
Como
diria Platão em A República: “Deixei-me
levar por ilusões que nada tinham de espantosas(...). Imaginava que o poder
constituído governaria a cidade reconduzindo-a
dos caminhos da injustiça para os da justiça”. Neste caso, estão em jogo muitas coisas, dentre estas a votação do Projeto dos super
salários pelo Senado.
Geraldo
Gama
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