segunda-feira, 14 de julho de 2014

MÍDIA, HERÓIS E VILOES.

Impressiona a máscara ufanista de determinados setores da imprensa brasileira, nesta copa do mundo ficou claro que a hipocrisia é fato dentro deste meio onde a passagem do paraíso ao inferno é questão de pouquíssimo tempo, o título de herói a vilão se dá com a velocidade de um raio.
Quando convidaram Felipão para treinar a seleção brasileira a imprensa o considerou como a salvação do nosso futebol, lembraram-se da família Escolari, realçaram sua capacidade de comando, a experiência em ter comandado o penta em 2002, a rede globo disse e repetiu várias vezes que ele estava bem mais receptivo, do que quando conquistou o tetra, lembraram-se do feito dele à frente da seleção de Portugal, em fim canonizaram o homem.
Divulgada a relação dos convocados poucos especialistas discordaram dos nomes, e os que o fizeram foram sutis, mas no geral entendiam que aqueles atletas estavam em condições de disputarem uma copa do mundo e em boas mãos leia - se Felipão – Parreira, experientes, competentes, rodados e por ultimo acostumados a vencer, portanto tudo estava certo.
Com o início do certame qualquer torcedor mediano percebia a fragilidade, a instabilidade e em consequência disto à insegurança da equipa a maioria, dos titulares evidenciavam a pressão uma vez que a o torneio era aqui entendendo eles o peso da responsabilidade em se tornarem hexa – campeões na terra do futebol.
A mídia alardeava os atletas chegando à chama – los de heróis, como se as sofridas vitórias fossem atos excepcionais, sobrava bajulações e paparicos, e com isto induzia a maioria da torcida brasileira de que o time estava bem.
A duras penas chegamos às semifinais, e aí o bicho pegou, até então não se tinha enfrentado nenhuma equipe de primeiro nível, já nas oitavas as dificuldades apareceram, e a mídia anunciava que ninguém tinha vida fácil. Ora os adversários do Brasil até aquele momento não pertencia a elite do futebol mundial, ou seja, nunca ganharam nada de destaque, e mesmo assim dificultaram o caminho até  ao fatídico jogo contra a Alemanha, e depois Holanda.
Ao perder para a Alemanha esta mesma mídia passou a crucificar todo mundo ligado a seleção brasileira, e aí os heróis passaram a vilões, as superstições passaram a ser bobagens, o choro dos jogadores insegurança, o treinador está ultrapassado, é preciso trabalhar a base e todos viraram demônios.
Esta é a mídia que existe no Brasil, onde enquanto os lucros estiverem em alta ta tudo muito bem, mas quando começa a rarear alguém tem culpa, e aí ai do que tiver o azar de ser escolhido como judas.

Geraldo Gama



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