E A CALDA BALANÇA O CÃO

Tem -se visto gestores estaduais e municipais vangloriarem - se de que já pagaram o mês de dezembro, décimo terceiro e outras coisas mais. Ora, isto não é nenhum feito extraordinário é obrigação, o trabalhador tem seus direitos líquido e certo fincados na Constituição Federal, pagar o que se deve não é heroísmo é ação legal e coercitiva, portanto, nada tem de heroísmo nisto.
Uma gestão de qualidade prima pelo planejamento, ou seja, atrasar pagamento de servidores e fornecedores é irresponsabilidade, e deve ser tratado como improbidade. Por isto que existe a aprovação do Plano Plurianual-PPA, da Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e a Leia Orçamentária - LOA, justamente para assegurar essas despesas, e lá são despesas fixas, diferem de investimentos. Argumentar que gestor tal é bonzinho porque pagou os servidores é puxa-saquismo ou autoelogio de alguns idiotas que no momento estão gerindo o erário de Estados e Municípios.
                       Vivemos um momento atípico neste país, políticos enchem-nos com discursos de que é honesto. Ser honesto não é qualidade é obrigação, quando se contrai uma dívida cria - se um compromisso, que por força de lei tem de ser cumprido, sob pena de judicilização. Infelizmente ainda temos uma sociedade que ignora seus direitos, uma sociedade alienada, uma parte por vanglória outra maior por aduladores, dentre estes há os ignorantes e outros claquetes. O Brasil caminha a passos largos para um lugar de ninguém, onde todos mandam e ninguém obedece, pois quando quem manda perde a vergonha, quem obedece perde o respeito. E neste palco iluminado o povo geme e chora, como diz Bernard Mandeville em a Fábula das Abelhas:

(...) Enquanto outros se dedicavam a mistérios

Aos quais poucos encaminhavam aprendizes,

Que não requeriam outro cabedal senão o descaramento,

E podiam estabelecer-se sem um centavo sequer,

Como trapaceiros, parasitas, gigolôs, jogadores,

Punguistas, falsários, charlatães, adivinhos

E todos os que, inimigos

Do trabalho honesto, astuciosamente

Convertiam em seu próprio benefício

O trabalho do afável e incauto próximo(...)

Geraldo Gama