O PODER E OS ALTER EGOS
“O poder nunca é propriedade de
um indivíduo; pertence a um grupo e existe somente enquanto o grupo se conserva
unido.” (Hannah Arendt)
A crise que ora ameaça se instalar no
governo, sem dúvidas é a maior desde 1964. Lá as divergências se deram entre
dois grupos com ideias inteiramente antagônicas, e com apoio dos Estados
Unidos, dos grandes grupos econômicos internacionais, nacionais, a maioria da
imprensa conservadora e de uma parte das elites findaram por derrubarem um
governo legitimado pelo voto popular, e assim levaram o país a vinte e dois
anos de atraso socioeconômico e cultural, os chamados anos de chumbo.
No governo atual há uma crise de egos,
todos querem os louros da vitória, isto os faz se digladiarem numa arena verbal
e numa linguagem vergonhosa de baixo calão, o que evidencia a falta de preparo
ético - profissional de quem está numa administração federal, e o país como uma
nação periférica no contexto globalizado.
Os membros do governo federal ainda não
se deram conta de que não estão num picadeiro, mas afrente da gestão de um país
que até pouco tempo era a oitava economia do mundo, bem como era ouvido nas
grandes convenções internacionais onde se discutiam problemas globalizados,
agora parte da história recente do Brasil.
Os conflitos no cerne do governo geraldogamafeitexpõe
a incapacidade gestora do Presidente da República, e o torna principal
expectador de uma luta insana dos seus gladiadores, cujas mentes entorpecidas apequenam
a sociedade brasileira perante as demais do mundo civilizado.
O país parece um barco sem leme, no
meio de uma tempestade de desequilíbrios
emocionais de um governo acéfalo, ambiente onde os caprichos pessoais se sobrepõem aos
problemas coletivos, colocando em risco não só as conquistas sociais como a paz
com os vizinhos.
Geraldo Gama
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